Desta vez não vou colocar primeiras impressões, e sim impressões finais sobre um game! Neste final de semana terminei Remember Me, jogo o qual tinha uma alta expectativa, conforme comentei em nosso podcast sobre os games mais aguardados de 2013.

Remember Me é um jogo de ação em terceira pessoa, com alguns elementos de parkour (bem comuns nessa geração) e uma história futurista com pegada cyberpunk. Você controla Nilin, uma caçadora de memórias que, ironicamente, não se lembra de nada, fato que é explicado no decorrer da história.

Nilin tem a capacidade de entrar na mente das pessoas e modificar suas memórias, de forma que seu alvo acredite que algum fato ocorreu de forma diferente à realidade. Este sistema é uma das melhores coisas de Remember Me, mas infelizmente aparece apenas três vezes no jogo, em pontos chave da trama.

A primeira coisa impressionante no game é seu visual: ele se passa numa versão futurista de Paris, Neo Paris, destruída por uma guerra e reconstruída em cima de seus destroços. Neo Paris parece ter saído do filme Blade Runner, destoando numa convivência entre destruição, sujeira e tecnologia. Em alguns momentos a cidade demonstra uma arquitetura clássica misturada com coisas tecnológicas.

Neste futuro somos introduzidos, através do enredo e artigos coletados durante o jogo, a uma empresa que desenvolveu uma tecnologia capaz de codificar memórias e armazená-las como dados, podendo desta forma manipulá-las de diversas maneiras diferentes. Existe também uma tecnologia a qual imagens e sentimentos são compartilhados diretamente na mente das pessoas, e graças a ela temos um game design cheio de realidade aumentada.

O jogo em si acaba sendo bem linear, o que contrasta com a riqueza dos cenários e deixa uma ponta de decepção por não permitir ao jogador explorar mais as telas, entrar em partes que não são acessíveis, interagir com elementos do cenário e com outros personagens que aparecem por lá.

Remember Me tem um defeito ainda mais grave: a câmera. Maldição de três gerações de consoles, ela atrapalha principalmente nos combates, onde insiste em muitas vezes não te mostrar alguns inimigos e te forçar a utilizar os dois direcionais do controle o tempo todo.

O sistema de combate se destaca pela possibilidade de criar combos diferentes, com diferentes efeitos. Está com pouca vida? Abra o Laboratório de Combos e crie um combo que recupere o máximo de vida possível. O interessante é que a variedade de inimigos existentes faz com que você tenha que adotar diferentes estratégias dependendo dos adversários que está enfrentando no momento. Além dos combos, a protagonista possui alguns poderes que vão sendo habilitados no decorrer do jogo; destaque para os chefes de fase, que em sua maioria exigem a utilização poderes e estratégias diferentes para derrotá-los, fazendo com que no decorrer do jogo você utilize praticamente todo arsenal de poderes e varie bastante seus combos.

Resumindo, Remember Me possui uma história excelente, personagens carismáticos e um universo extremamente bem construído através de sua história e artigos coletáveis. Tem também uma câmera que chega a irritar e uma linearidade que deixa um gosto de quero mais, mas seu mecanismo de combate é agradável e intuitivo, com diferentes variedades de combos e poderes. Como primeiro jogo da Dontnod Entertainment, está bem acima de muitos jogos da geração e eu recomendo. Espero continuações explorando mais o mundo de Remember Me.

Autor: Chico (@rafa_reaper)

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