Mais um capítulo da guerra aberta pelo controle da Ubisoft começou no último mês, quando a família Guillemot, atual detentora da desenvolvedora de Assassin’s Creed e uma das maiores distribuidoras de jogos do mundo, fez mais um esforço para evitar a que da empresa caia em domínio da rival Vivendi.

Tudo começou em outubro de 2015, quando o gigantesco grupo de mídia francês adquiriu 6.6% das ações da Ubisoft no que, na época, o CEO Yves Guillemot chamou de uma “compra não solicitada e não desejada”, repudiando a ação da concorrente.

Desde então a família Guillemot vem tentando, de todas as formas possíveis, manter a supremacia sobre a empresa através da compra de ações e da sensibilização dos atuais investidores, principalmente depois de quase perder o controle sobre a Ubisoft durante as últimas eleições do comitê gestor da empresa.

A Reuters reportou que, segundo informações da AMF, uma reguladora do mercado financeiro francês, a família Guillemot continua tentando ampliar sua participação na Ubisoft.

O relatório do veículo de mídia afirma que os Guillemot possuem agora 13.6% das ações da empresa, com controle de voto de 20.02%. Um aumento considerável se compararmos com o ano passado, quando a família possuía apenas 9% das ações da desenvolvedora.

Por outro lado, os Guillemot estão muito distantes da tranquilidade e precisam convencer ainda uma base muito ampla de apoiadores para superar o controle de 27% das ações e 24.5% dos direitos de voto hoje sustentados pela Vivendi.

Isso porque, segundo as leis francesas, ao alcançar 30% do controle acionário de uma empresa o detentor é obrigado a fazer uma oferta pública de compra, assumindo o controle da companhia, a que popularmente é chamada de “aquisição hostil”.

Apesar de todo o esforço, Yves Guillemot e família podem perder o controle da Ubisoft para a Vivendi.
Apesar de todo o esforço, Yves Guillemot e família podem perder o controle da Ubisoft para a Vivendi.

Guillemot em guerra aberta contra a Vivendi

Segundo informações anteriores não confirmadas, o grupo de mídia francês só não teria tomado posse da Ubisoft de uma vez por todas em 2016 porque estava focada na compra de ações do mercado chinês. Porém as especulações são de que em 2017 o foco da Vivendi seria assumir de vez o controle da empresa, conforme publicado anteriormente AQUI, pelo WannaPlay.

Segundo Yves Guillemot, um dos “segredos do sucesso” da Ubisoft é a independência da empresa e sua liberdade criativa, a qual o CEO vem fazendo um grande esforço para manter e uma grande propaganda contra o controle da Vivendi, que, ainda segundo Guillemot, acabaria com esta liberdade criativa.

Desde então Yves e a família Guillemot vêm fazendo um grande esforço para não perder os direitos sobre a empresa familiar. Mas a Vivendi continua a dianteira nesta batalha.

O ultimato da Vivendi

E esta semana a Vivendi já deu seu ultimato. Segundo informações recentes da Bloomberg, a Vivendi anunciou que até o final de 2017 fará sua proposta pública de compra e concluirá a aquisição hostil da Ubisoft.

Com o aumento do valor das ações da Ubisoft em 45% desde setembro do ano passado cresceu também o olho da Vivendi sobre a desenvolvedora, já que um dos planos anunciados publicamente pela Vivendi é a expansão e o investimento rigorosos no mercado dos vídeo games.

Apesar de não terem comentado a intenção de compra publicamente, um dos envolvidos que se comunicou anonimamente com a Bloomberg afirmou que a compradora não pretende entrar em um novo embate com Yves Guillemot, o que aponta para uma possível aquisição maior de ações culminando na aquisição hostil, ao invés da tentativa de controle através da eleição do corpo diretivo da Ubisoft.

Desta vez parece que a família Guillemot não terá saída, mas aguardamos pelas cenas dos próximos capítulos.