Overwatch é um marco no universo dos shooters multiplayer. Ele consegue unir, de forma quase mágica, um gameplay divertido e simplificado, daqueles que você procura no final de um dia cansativo de trabalho, com o senso de cooperação e estratégia que são peças-chave em jogos competitivos.

Isso se dá, principalmente, por conta do rol de personagens. São vinte e três heróis disponíveis até o momento (vinte e um iniciais, e dois lançados de forma gratuita ao longo deste ano), divididos em quatro categorias: ataque, defesa, tanque e suporte. Todos possuem habilidades e papéis diferentes, e não poderiam ter jogabilidades mais distintas, mesmo pertencendo à mesma esfera.

Genji e Tracer, por exemplo, são personagens de ataque, porém, enquanto um rebate projéteis e atira shurikens de alto dano e baixa cadência, a outra volta alguns segundos no tempo e usa armas de baixo alcance, com alto poder de fogo.

Esta variedade, somada com a habilidade de poder trocar de personagens durante a partida, faz com que você consiga se adaptar constantemente ao time adversário, ao mapa e aos diferentes momentos do confronto, tornando-os dinâmicos, estratégicos e disputados.

Falando em mapas, estes possuem um papel importante no plano de jogo e na composição das equipes.

Pontos afunilados são excelentes para as torretas de Torbjörn e Symmetra, enquanto locais cercados de áreas altas são um prato cheio para atiradores como Widowmaker e Hanzo. Conhecer os mapas é essencial em Overwatch, e faz parte da curva de aprendizado para tornar-se um bom jogador.

Carisma: a palavra-chave de Overwatch

Apesar de estar apenas há seis meses no mercado, é fascinante observar como Overwatch foi abraçado fortemente pelos fãs. Sites como Tumblr, Reddit e Facebook são diariamente inundados por artes, memes, gifs e vídeos criados por uma comunidade extremamente apaixonada e dedicada ao game.

Muito disso vem do carisma da obra, provindo especialmente de seus personagens. A Blizzard fugiu dos estereótipos e apostou na diversidade, criando heróis das mais diversas etnias, gêneros, raças, nacionalidades, portes físicos e orientações sexuais, em um dos jogos com maior representatividade que já tive oportunidade de experimentar. A identificação e idolatria do público por estes personagens é algo que outras empresas deveriam olhar e levar como exemplo.

overwatch-analise-02
Zarya é uma resposta direta às críticas que Blizzard sofria por conta de personagens femininas sexualizadas

Outro ponto que contribui para o carisma de Overwatch é a proficiência de seu estúdio criador. É louvável o cuidado da Blizzard no design de cada elemento do game: roupas, poses de vitória, animações, armas etc. Tudo em Overwatch possui personalidade, e foi feito com um esmero e polimento que poucas empresas se preocupam em ter.

Cuidado, inclusive, que deve perdurar por muito tempo, se levarmos como base a quantidade de atualizações e conteúdos extras produzidos desde o lançamento do game. Em apenas seis meses, Overwatch já ganhou dois personagens novos, um modo competitivo, um modo arcade com diversas modalidades, três eventos especiais e dezenas de patchs de balançeamento.

Um universo para ser explorado

Engana-se quem pensa que Overwatch não possui história. Seu universo é rico e sua linha do tempo é lotada de acontecimentos, porém estes conteúdos estão disponíveis em outras mídias, como histórias em quadrinhos e curtas-metragens.

É uma pena, portanto, que o jogo ainda não possua um modo campanha, pois há muito do universo de Overwatch para ser explorado, como o passado dos heróis e o desenrolar do arco pós-crise Ômnica (quer saber mais sobre a história? Ouça nosso podcast). Além disso, alguns eventos especiais já demonstraram que há muito potencial para conteúdo single player, como a excelente “Revanche de Junkenstein”, que ocorreu durante o período do Halloween deste ano.

overwatch-analise-03
Muitos detalhes sobre o passado dos personagens são contados em animações e histórias em quadrinhos