Existe uma parcela de pessoas que não gosta de Minecraft por sua falta de tradicionalismo no que diz a respeito a parte de objetivo de um jogo, que vai parecer pequena perto da parcela totalmente adepta ao sucesso arrasador que fez um homem bilionário.

Esse grupo de pessoas é pequeno, mas nada tira a razão delas, principalmente porque de fato o jogo da Mojang realmente tem como opção lúcida não oferecer um objetivo de dentro pra fora.

Os japoneses sempre adoraram pegar fórmulas de sucesso e misturar com algo, para que – segundo sua concepção – o que já é bom, fique melhor ainda.

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Não pense que sua vida será a vida tranquila de um camponês que constrói coisas apenas.

Dragon Quest Builders pode até não ser comparável com Minecraft, pois não traz suas imitações de física da vida real (se você for bom mesmo, pode, por exemplo, construir um computador funcional dentro de Minecraft). Talvez a melhor qualidade desse spin off de Dragon Quest seja incorporar o que é clássico nos videogames, o que é manjado, mas bem aceito.

Você começa o jogo criando seu personagem – aos moldes gráficos da série, é claro -, e “renasce” num mundo destruído, que não conhece a renovação, vagando sem muita perspectiva para a vida. Profundo? Bem, eu diria mais… “bíblico” do que outra coisa qualquer.

Mas esse é o pano de fundo para o tutorial do jogo que, assim como um MMO, vai ensinando suas mecânicas lhe dando missões. Quem jogou muito Minecraft talvez possa estranhar o modo empregado para colocar os blocos de construções diversas, principalmente pelo fato de que a visão é em terceira pessoa e, quando seu personagem está dentro de um recinto, construir será complicado, pois a câmera se aproxima drasticamente, o que não é a melhor escolha. Por sorte, a maioria do tempo de jogo será gasto em exteriores.

Antes de sair numa aventura que esteja distante de sua vila, prepare bm seu inventário para não só enfrentar os inimigos óbvios, mas também a fome!
Antes de sair numa aventura que esteja distante de sua vila, prepare bem seu inventário para não só enfrentar os inimigos óbvios, mas também a fome!

Se engana quem pensa que o cenário do jogo é infinito (isso não acontece nem nas versões de Minecraft nos consoles), e que poderá fazer construções em qualquer lugar. O jogo delimita um pequeno espaço para desenvolver sua vila, o que é interessante e saudável para o level design, pois um vasto território para se construir tiraria o foco das missões com muita facilidade. Por isso mesmo o jogador estará, na maior parte do tempo, executando tarefas reconhecidas pelo sistema, ao invés de criando firulas e construindo coisas só por construir.

Isso fica animador quando é revelado que, ao fechar um cômodo, colocar portas e certos objetos específicos, formam-se salas que serão nomeadas pelo sistema (como por exemplo “cozinha”). A partir daí, você ganha pontos que são, na verdade, uma espécie de XP para que o nível de sua vila suba. Quanto mais objetos de decoração e utilizáveis houverem num cômodo, mais pontos para cada um serão ganhos. Alguns são bastante valiosos e vão proporcionar um salto na barra de progressão de nível.

O jogo é dividido em capítulos, e nunca largará da sua mão em oferecer novas missões. Não vai haver um momento em que as atividades se acabam, e você só ficará construindo, ou saindo em aventuras.

Falando em aventuras, ao sair da área demarcada segura, você poderá vagar pelos campos para coletar os materiais, seja de árvores, de monstros derrotados ou minérios das montanhas. Seu personagem pode pular e atacar, o que torna sua exploração mais flexível.

O sistema de combate quase não pode ser chamado de sistema, já que é bem básico, de RPGs de ação. Sua melhor defesa contra os monstros é se distanciar após seus ataques. Porém, o jogador pode coletar materiais para construir tipos de armas diferentes, assim como vestimentas mais fortes.

As missões compreendem em ir a locais como dungeons, construções ou planícies, a fim de encontrar alguém para ser morador da vila, ou descobrir a possibilidade da construção de algum novo item. As vezes é um pouco chato ter que fazer o caminho de volta mas, por sorte, temos itens que podem transportar diretamente para sua vila.

Não é necessário conhecimento algum na série principal de RPGs para apreciar este simpático game, que irá funcionar bem tanto no PS4 quanto no PSVita, mesmo com as limitações de controles neste segundo. Mas para fãs, o jogo é um prato cheio de referências, e é se fácil se sentir em casa.

Plataformas: PlayStation 4, PlayStation Vita e PlayStation 3
Data de lançamento: 11 de outubro, 2016 (Américas)
Desenvolvedora: Square Enix Business Division 5
Publisher: Square Enix