Depois de ser a grande sensação das premiações de 2015, The Witcher III: Wild Hunt aparentemente já tinha entregado tudo que tinha para mostrar. Após um primeiro DLC muito bom, Hearts of Stone, todos estavam ansiosos pelo novíssimo Blood and Wine e as promessas proferidas por representantes da CD Projekt RED, de ser quase tão bom quanto o jogo principal, que animaram ainda mais os fãs de Geralt e seu fiel e misterioso cavalo, Carpeado.

Eis que em Maio de 2016 acontece o lançamento do esperado DLC. O último programado para o jogo e última aventura de Geralt de Rívia, trazendo mais de 30 horas de conteúdo. O DLC conseguiu expandir e reavivar o premiado game de 2015.

O DLC Blood and Wine leva Geralt para um mundo de cavalaria e magia, com ambientação incrível.

O jogo traz uma nova aventura na região do ducado de Toussant, um mapa inspirado na região entre a Itália e a França piemontesa. Ao contrário do DLC anterior, Hearts of Stone, que se passava praticamente em regiões já conhecidas da aventura principal, esta nova região se encontra em um mapa totalmente novo, não assolado pela guerra dos reinos do norte e Nilfgard e traz uma ambientação mais colorida e pomposa, com grandes inspirações nas novelas de cavalaria e nos tradicionais vinhedos franceses.

Dentro da trama apresentada, Geralt é chamado pela duquesa Anna Henrietta para resolver um problema com um monstro que está assassinando alguns dos proeminentes cavaleiros do reino. A trama começa a ficar um pouco mais complexa e estranha do que o esperado, como de costume, e a história cresce envolvendo vampiros, política e grandes ameaças à soberania do ducado de Toussant.

A narrativa varia de um início leve e alegre para uma atmosfera mais sombria, vindo a se concluir com um desfecho sombrio ou alegre, dependendo das suas escolhas. Algo que se tornou característico na série. O jogo mantém a tradição de manter muita coisa sobre um ponto cinza onde o certo ou errado não é óbvio e claro, tudo depende do ponto de vista e muitas vezes do caminho que o jogador acredita ser justo para o desfecho.

O ducado de Toussant e todas as suas cores inspiradas na região da Itália e França piemontesa.

Ponto interessante é o grande foco da narrativa, tendo como alegoria principal a sociedade dos vampiros, ampliando toda a mitologia destes seres sobre o mundo, coisa que nem os livros se aprofundam tanto. Para quem está lendo ou leu os livros, a região em que a expansão se passa, assim como alguns de seus personagens, são mostrados apenas a partir da quinta edição da série impressa e muita coisa aparece apenas no sétimo tomo.

A expansão traz um novo uso para os mutagênicos e a possibilidade de ampliar ainda mais suas habilidades. Se em determinado ponto do jogo principal os mutagênicos não serviam para mais nada e só acumulavam no inventário, aqui você poderá utilizá-los para ampliar as mutações, a força e a magia de Geralt.

O jogo traz novos equipamentos, monstros e melhora considerável do HUD, menus e inventários, tornando tudo mais simples e agradável de se organizar. Outro incremento é que Geralt ganha um vinhedo, com um lar para chamar de seu e, dependendo das suas decisões e progresso no jogo principal, poderá receber algumas visitas em sua casa.

Com um clima mais festivo em boa parte do jogo e uma temática mais cavaleiresca,  somos colocados em torneios medievais e podemos construir a fama de Geralt como um grande cavaleiro no ducado de Toussant. Como no jogo principal, a expansão possui uma certa dose de humor e ironia em algumas missões paralelas, assim como uma série de referências e até consequências a acontecimentos que ocorrem em momentos anteriores da história de Geralt. Um exemplo é o encontro com um parente da Rainha Meve de Rívia e Líria.

A jogabilidade em si não difere muito do que já conhecíamos do jogo principal com ampliação das poções e novos efeitos para alguns sinais. O combate não possui mudanças significativas, o que se tornou um ponto de críticas por parte de alguns jogadores.

A despedida da série não poderia ter sido mais emocionante e recompensadora.

Conclusões finais sobre o DLC Blood and Wine

Todos sabemos que a criação de um jogo não é apenas um trabalho de criatividade e prazer. Prazos de lançamento, cobrança de investidores e fãs, palpites da mídia e o dinheiro que vai fluindo durante anos de produção, tudo isso faz parte e deturpa o que chamamos de “processo criativo” na indústria.

Quando olhamos para o jogo original The Witcher III: Wild Hunt, percebemos que a agora tão famosa CD Projekt RED não se deixou abalar pela pressão e nos entregou um jogo extremamente bem acabado e com uma história digna dos maiores produtos da mídia de todos os tempos.

O DLC Blood and Wine veio para complementar este espírito de qualidade e encerrar esta grande franquia. Sem pressa para terminar, já com um game de grande sucesso nas mãos, a produtora pode utilizar todo seu potencial e criatividade na criação deste que veio a se tornar o Melhor RPG de 2016, segundo a premiação da Video Game Awards do mesmo ano.

O ambiente perfeitamente polido, com cenários simplesmente maravilhosos, algumas das boss battles mais instigantes e difíceis da franquia e o retorno de personagens muito queridos como o Regis, amigo de Geralt de longa data, tudo foi maravilhosamente mergulhado na mais pura aura de carinho que seus criadores investiram para a aventura final da franquia e do bruxo Geralt.

Tudo melhorou neste DLC e muitos o consideram praticamente um novo jogo depois de The Witcher III: Wild Hunt. Seja você ou não um grande fã da série, jogar ou assistir a este DLC vai impressioná-lo fortemente e aproximá-lo deste mundo incrível de Geralt, Ciri e todos os personagens pelos quais nos apegamos ao longo dos anos.

Um dos melhores produtos da indústria moderna dos games e, com certeza, o melhor RPG de 2016.