Lançado em Abril de 2017 para Steam e PS Vita, A Rose in the Twilight é um jogo de puzzles de interação com o cenário, onde a principal mecânica é o controle da cinética dos objetos, ou seja, interromper o movimento de um objeto ou dar movimento a ele.

O visual do jogo é, em sua maior parte, definido por tons de cinza, com exceção aos elementos de interação e movimento em vermelho. Tanto a escolha de cores de todo o jogo como o visual do cenário e da protagonista remetem a um tom gótico e melancólico.

Esse tom voltado ao gótico do jogo combina perfeitamente com sua história, que remete a uma personagem que não pode morrer e tem poderes relacionados à manipulação do sangue, acompanhada na maior parte do tempo por um golem, aparentemente formado por um aglomerado de caules de rosas.

Essa manipulação de sangue, que é a base de seus poderes e o contexto do jogo, mostram-se também como uma maldição da personagem, permitindo a ela dar movimento ou impedir o movimento dos objetos, bem como remover a “vida”, através do sangue.

Muitos dos puzzles combinam os elementos de movimento do cenário com as capacidades dos dois personagens, sendo que você consegue alternar rapidamente o controle entre o golem e a protagonista. Enquanto ela é frágil e delicada, o golem é praticamente indestrutível e forte. Força essa que garante a habilidade de carregar e arremessar objetos do cenário, assim como arremessar a protagonista sobre plataformas.

Além de utilizar o poder de absorver e conceder vida para os objetos em diversas partes dos cenários pelos quais o jogador passa, é possível encontrar rastros de sangue. Esses rastros, ao serem absorvidos, dão uma visão de como o “dono” daquele sangue morreu e isso muitas vezes pode ser uma dica sobre como resolver algum puzzle e prosseguir no jogo.

O tom gótico é acentuado ainda por uma trilha sonora simples, mas que ao mesmo tempo harmoniza completamente com o ambiente do jogo e sua história. Conforme nos aprofundamos no game começamos a entender que a protagonista é praticamente uma prisioneira daquele local.

Além de toda atmosfera “triste”, existem momentos em que este clima é acentuado, pois, para liberar algumas passagens entre as áreas do jogo, é necessário que você sacrifique a protagonista para que as plantas que lhe bloqueiam o caminho liberem-no ao absorver seu sangue. Esses sacrifícios são feitos em altares e de diferentes formas, como enforcamento, por exemplo.

Os puzzles do jogo vão aumentando sua complexidade gradualmente, conforme o progresso, mas não chegam a serem puzzles que travam o jogador e a grande maioria possui solução clara, no cenário, ou facilmente observável.

Dentro dos cenários pode-se notar ainda que algumas partes possuem caminhos “alternativos”. Estes caminhos normalmente contêm alguma “memória de sangue” para ser absorvida e absorver todas as memórias de uma fase é essencial para progredir entre as grandes áreas do jogo. Isso faz com que o jogador sinta a necessidade de explorar cada detalhe e, em alguns casos, mais de uma vez.

Um dos pontos que às vezes pode incomodar é a lentidão do movimento da protagonista, sendo representada de forma frágil e delicada, ela é lenta e, em alguns momentos, o jogador precisará de paciência para cruzar áreas mais amplas mais de uma vez.